Égua do Sairé Pai D’égua é uma comédia regionalística que conta a história de uma família que, nos preparativos para a tradicional festa em Alter do Chão na década de 40, foi surpreendida pela notícia da proibição do rito imposta pela Igreja Católica. Dona Beloca, a matriarca da família e Saraipora da Festa, fica revoltada com a situação e vai rumo ao Prefeito e ao Padre na tentativa de salvar o seu Sairé…Pronto! A confusão está formada! E pra interar… Mariazinha-filha de Dona Justa ainda se engraça de um marinheiro de fora em plena festa do Sairé.
“Égua do Sairé Pai D’égua” é o segundo texto autoral da atriz e diretora Elizangila Dezincourt que se aventura a devanear sobre um importante acontecimento que ocorreu na década de 40, (ab)usando da licença poética, dando um desfecho pitoresco para a estória. Todos os personagens representam uma singela homenagem da autora para ilustres moradores da vila e seus familiares. Uma comédia para toda a família!
Ficha Técnica
Direção / Texto: Elizangila Dezincourt
Figurino: O Grupo
Cenário: O Grupo e Ely Nunes
Iluminação: Braz Filho
Maquiagem: O Grupo
Produção Executiva: João Augusto
Coordenador de Produção: Elder Aguiar
Captação de Imagens: Jr. Aguiar
Fotos: Jr. Aguiar
Edição / Legendas: João Augusto e Jr. Aguiar
Tradução LIBRAS: Alexandre Magno Lucena
Um Pouco da Trajetória
O Grupo de Teatro Olho D’água foi contemplado pela lei Aldir Blanc para montagem e exibição do espetáculo Égua do Sairé Pai D’égua, com uma dramaturgia singular a peça apresentou personagens únicos e caricatos com objetivo de fazer rir e divertir o público e ao mesmo tempo levar informações da Festa Sairé através de cenário, figurino e objetos que são parte desta festa há mais de 300 anos.
Conheça os personagens e símbolos da festa tradicional
Símbolos
O Arco do Sairé – simboliza a arca de Noé. Em formato de semicírculo, o arco é feito com cipó ou madeira, adornado com fitas e flores coloridas, que simbolizam a fartura de alimentos na região. O arco possui três cruzes centrais, que representam a Santíssima Trindade (Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo) e uma cruz na parte superior que representa a junção das três pessoas da Santíssima Trindade, em um só Deus.
Os mastros – são carregados em procissão nas ruas de Alter do Chão pelos personagens mordomos e mordomas, são erguidos no centro da praça do Sairé, adornados com frutas regionais indicando que a festa começou. Eles expressam a diversidade da flora e abundância de alimentos da região, e são buscados na floresta. No lugar que o tronco foi extraído são plantadas outras árvores. Os mastros permanecem erguidos durante os cinco dias do evento, e são derrubados ao final para demonstrar o encerramento das festividades.
Personagens
Moças das fitas – são escolhidas entre “moças puras” (virgens), e se vestem de branco nos festejos representando a pureza. Estas personagens caminham junto com a Saraipora na procissão, segurando fitas que estão ligadas a ponta mais alta da cruz do Sairé.
Saraipora – mulher que conduz o símbolo do Sairé durante as procissões e é a responsável por distribuir entre os demais as bênçãos do Espírito Santo. A juiz e juíza, por sua vez, são os que assumem a responsabilidade por um dos mastros levantados durante o evento.
Capitão – comanda a procissão do Sairé, como se estivesse comandando a Arca de Noé.
Alferes – Um carrega a bandeira vermelha do juiz e o outro carrega a bandeira branca da juíza.
Juiz e Juíza – Organizam a festa do Sairé. Cada um assume a responsabilidade por um dos mastros levantados durante o evento. A juíza conduz a coroa do Divino Espírito Santo.
Procurador e procuradora – são substitutos imediatos do juiz e da juíza. “O juiz e a juíza podem ser substituídos pelo procurador ou procuradora. Quando não estão dando conta da festa devem ser ajudados pelo procurador e procuradora”, explicou Camargo.
Troneira – prepara o espaço destinado para guardar a coroa do Divino Espírito Santo. Na chegada da procissão à praça do Sairé, a troneira recebe a coroa das mãos da juíza e guarda o símbolo durante os dias de festa.
Mordomos e mordomas – ajudam a carregar os mastros e levam varinhas enfeitadas com fitas.
Rufadores – o conjunto musical Espanta Cão acompanha a procissão tocando tambores e cantando hinos.