O Grupo surgiu no ano de 2001 como o coletivo Olho D’água Produção de Imagens, junto com os fotógrafos Rosinaldo Garcia, Tamara Saré, Clodoaldo Corrêa e Amilton Matsunaga. Já os atores Elder Aguiar e Elizangila Dezincourt iniciaram um trabalho experimental e integrado, onde fotografia e teatro dividiam o mesmo espaço.

         Em 2002 o Grupo de Teatro Olho D’água desperta com a montagem de seu primeiro espetáculo “AS DEZ MAIS DO CÓRTEX CEREBRAL”. O espetáculo é uma comédia pastelão, com encenação do diretor Vicente Guedes, cenógrafo Rainério e sonoplastia de Amanda Monteiro. Posteriormente, outras atrizes também integraram o elenco, com circulação regional, como Lílian Tícia Ferreira, Tiandra Quaresma e Natashia Santana. O espetáculo conquistou vários prêmios e permaneceu com apresentações ativas até meados de 2011.

              Em 2005, o grupo se lança na estrada e apresenta espetáculos em diversos Festivais de Teatro no Norte do país, intercambiando, aprendendo, trocando e refletindo sobre a sua práxis teatral enquanto grupo e em passagem pela IV Mostra SESC Cariri das Artes, conhece o espetáculo que viria a ser posteriormente o carro-chefe do grupo. “AS BONDOSAS” – MULHERES CHORADEIRAS.

          A peça é mais uma comédia, agora de costumes do dramaturgo cearense Uéliton Rocon. Na primeira formação do elenco do Olho D’água estão Adriano Feitosa, Levy Beltrão e Elder Aguiar, participando de uma linda montagem que levou o Grupo a conquistar seu primeiro patrocinador, “Banco da Amazônia S/A”.

             Com o elenco o espetáculo também foi agraciado com prêmios regionais como o Festival de Teatro da Amazônia, realizado em Manaus – AM, o Festival de Artes Cênicas do Pará, promovido pela FACES – Federação de Artes Cênicas do Pará.Pelos fluxos da vida, veio a segunda temporada com um novo elenco formado por Ádrio Denner, Braz Filho e Elder Aguiar, que também em nada deixou a desejar em interpretação e talento.

          Em 19 de Janeiro de 2006, o grupo se constituiu juridicamente, iniciando um trabalho sistemático com apresentações de espetáculos teatrais, oficinas de iniciação, aperfeiçoamento teatral, assessoria e elaboração de projetos culturais em diversas linguagens. Simultaneamente, o grupo Olho D’água estabeleceu parceria com Grupo de Teatro SESC em Cena, dividindo artistas e ideias teatrais no período de 2000 a 2010, ministrando oficinas e dirigindo espetáculos dentro do SESC em Cena. Assim, é importante destacar essas atividades como alicerce para as ações continuadas de maneira segura e consistente.

          Em 2010 o grupo é selecionado para o recebimento da Bolsa de Pesquisa e Experimentação Artística do Instituto de Artes do Pará – IAP com a pesquisa intitulada “O Fantástico Imaginário do Expressionismo Amazônico. Neste mesmo ano é contemplado com o Prêmio Myriam Muniz de Teatro da FUNARTE, assim, nasce o espetáculo “CONTOS CANTOS E ENCANTOS TAPAJÔNICOS”, sendo este o primeiro trabalho de pesquisa do grupo, patrocinado através da Lei Rouanet pela MRN – Mineração Rio do Norte. Trilhando os mistérios inesgotáveis do imaginário amazônico. As narrativas local e regional foram as principais fontes de histórias, contos e causos.

          No ano de 2012 o grupo realiza sua primeira turnê com “AS BONDOSAS” – MULHERES CHORADEIRAS fazendo apresentações nas regiões Norte e Nordeste através do Prêmio Myriam Muniz de Teatro da FUNARTE. No mesmo ano, realiza em Santarém (PA) o evento-piloto intitulado FECAN Oeste – Festival da Canção do Oeste do Pará também com patrocínio exclusivo da MRN – Mineração Rio do Norte, destacando o ineditismo em Santarém.

           No período de 2013 a 2015, o grupo dedicou-se a implementação do Sistema Nacional de Cultura na cidade de Santarém e cidades da região, ministrando palestras e consultorias sobre o SNC / SMC, agregado aos grupos e fazedores de cultura local, Poder Público e Ministério da Cultura, no mesmo período realizando apresentações teatrais com os espetáculos do grupo.

           No período de 2015 a 2019 o grupo de teatro Olho D’água fez trabalhos em parceria com outros grupos e instituições, isto se deu por conta que seus integrantes resolveram trilhar a vida acadêmica e agregar formação com a experiência adquirida. Neste momento hiato, o grupo se apresentou em eventos diversos como Mostra de Teatro de Santarém, Feira Pan Amazônica do Livro em Belém e Santarém e, juntamente com seus parceiros produziu o espetáculo Sacro “Paixão de Cristo” com Grupo Kauré. Também lançou o ator mirim Enzo Gabriel Aguiar com espetáculo “Minha Primeira Vez” em estilo Stand Up Comedy, com apresentações no Teatro Victória, SESC Santarém e Colégio Aprovados na cidade de Oriximiná.

          Em 2020, em meio à crise mundial causada pela pandemia e o lockdown em Santarém, o grupo retorna com o desafio de rever métodos, fazeres e reinvenções dentro das práticas teatrais para se adaptar. Neste ano foi realizada a live “ESBOÇOS” do músico e jovem compositor Enzo Gabriel Aguiar, com uma mistura de composições autorais e interpretações de artistas consagrados que traduzem a vida e a obra do artista.

           Neste mesmo ano a assessoria do grupo conduziu muitos outros grupos e instituições do Estado do Pará a conquistar prêmios em diversas categorias, através dos editais de fomento à cultura, via lei Aldir Blanc.

            Atualmente, o Olho D’água tem como diretores Elizangila Dezincourt e Elder Aguiar, que também são fundadores do grupo, que caracteriza-se pela estrutura familiar, muito parecida com as famílias circenses e de bonequeiros. No grupo, o amor pelas artes Cênicas é passado de pais para filhos, mas outros artistas também compõem esta grande família. São atores, diretores e técnicos que reúnem seus fazeres culturais para realização de sonhos em comum.