Evento reuniu artistas de diferentes linguagens e encerrou com espetáculo ‘Curupira’, de Andréa Flores, já anunciando nova edição em 2026.
O Festival Solos do Pará chegou ao fim nesta terça-feira (26) celebrando o êxito de sua terceira edição. Durante seis dias, o evento lotou o Auditório Maestro Wilson Fonseca, da UFOPA, com espetáculos de diferentes linguagens, da comédia ao drama, da performance poética ao stand-up comedy, reafirmando o protagonismo da cena amazônica e a força do trabalho de artistas independentes.
O encerramento foi marcado pela apresentação de “Curupirá – Um Ato de Traquinagem”, da atriz e pesquisadora Andréa Flores, das Coletivas Xoxós (Belém). Em cena, a performer misturou comicidades indígenas, corpo-memória e rituais cênicos, convidando o público a também se deixar atravessar pelo imaginário da floresta.

“É preciso Curupirar o mundo, deixar-se retorcer pela mata e pelos risos que dela emanam. Trazer esse trabalho para Santarém é um gesto de partilha e de afeto, porque aqui encontrei um público vibrante, disposto a viver essa experiência comigo. Foi um presente encerrar o festival com esse espetáculo”, afirmou Andréa, que também ministrou a oficina de criação em solos e apresentou outro espetáculo ao longo da programação.
Diversidade de linguagens

A terceira edição do festival trouxe uma programação marcada pela pluralidade. Abrindo a mostra, o público conheceu a poesia visual e simbólica de “Suindara” (Cia Trecos in Mundos – AP). Em seguida, a cena ganhou leveza e irreverência com “O Sarau do Feupuudo” (Feupuudo Produções – AM), seguido da comicidade exagerada de “Exagero Total” (Grupo FACES – PA).

A programação também abriu espaço para a crítica social com a palhaçaria debochada de “Rala, Palhaço!” (Coletiva Xoxós – PA), para o riso solto do stand-up “Acontece” (Flor de Jambu Produções – PA) e, por fim, para a potência ritualística e ancestral de “Curupirá – Um Ato de Traquinagem” (Coletivas Xoxós – PA).
Essa diversidade foi celebrada pelo coordenador-geral, Elder Aguiar, que destacou os resultados:
“O sentimento é de gratidão. Conseguimos oferecer ao público de Santarém uma mostra de qualidade, com espetáculos plurais e plateias sempre cheias. Ver o festival crescer a cada ano é emocionante. Isso só foi possível graças a uma equipe dedicada, aos artistas que acreditaram no projeto e aos patrocinadores que nos apoiaram. Sem eles, não seria viável realizar um evento desse porte.”

Entre o público fiel, esteve o jornalista Vitor Ribeiro, que acompanhou três noites da programação e relatou a experiência de imersão:
“A arte se expressa de muitas formas e comunica sentimentos. Eu senti várias coisas ao longo dos espetáculos, inclusive hoje com o Curupirá. A arte desperta o querer mais. Esse festival nos deu uma verdadeira imersão, conectando ancestralidade, encantaria e emoção. Foi lindo. Parabéns à organização.”
Parceiro desde a primeira edição, o professor Leandro Ribeiro, da UFOPA, coordenador do Grupo de Teatro Iurupari, reforçou a importância da conexão entre universidade, artistas e comunidade:
“A parceria é possível porque o evento tem perfil público e abre portas para a população, oferecendo acesso gratuito a espetáculos de qualidade. O Solos amadureceu muito nesses três anos: recebeu plateias cheias, trouxe espetáculos diversificados e consolidou sua relevância para a cena santarena. É um evento que valoriza o espaço público e amplia o diálogo entre artistas, universidade e comunidade.”
Novos horizontes
Com o solo de Andréa Flores, o festival não apenas encerrou mais uma edição, mas reafirmou seu papel de vitrine e laboratório para artistas amazônidas. A mistura de risos, ancestralidade e poesia deixou uma marca coletiva: a de que o Festival Solos do Pará se consolida como um dos mais importantes espaços de encontro, formação e experimentação teatral da região.
E a caminhada continua. A organização já confirmou que a quarta edição do Festival Solos do Pará está marcada para agosto de 2026, prometendo novas experiências cênicas e a continuidade de uma trajetória que coloca Santarém no mapa dos grandes festivais de teatro da Amazônia.

Serviço
O Festival Solos do Pará conta com o patrocínio do Banpará e Banco da Amazônia, e apoio da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Secretaria Municipal de Cultura de Santarém, Innov, Barrudada Tropical Hotel, Tapajós Cervejaria e Grupo de Teatro Iurupari.
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Assessoria de Imprensa – Natashia Santana – Jornalista
Foto: Júnior Aguiar- Fotógrafo
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