Mais do que um espaço para apresentações artísticas, o Festival Solos do Pará investe também na formação de novos talentos. Entre os dias 21 e 26, a programação contou com a oficina “Processos de Criação do Solo”, ministrada pela atriz-palhaça e professora Dra. Andréa Flores, do Coletivas Xoxós – Belém, realizada no Auditório Maestro Wilson Fonseca, da UFOPA.
O convite partiu do coordenador do evento, Elder Aguiar, que propôs uma oficina longa e aprofundada, voltada à investigação do trabalho solo – forma teatral em que apenas um intérprete ocupa a cena. Para Andréa, o processo foi pensado como uma via dupla: “A oficina permitiu tanto o aprofundamento de pesquisas já iniciadas quanto o início de novos caminhos criativos. O solo é um espaço de investigação pessoal, que se transforma conforme o desejo e as marcas de cada artista”, explicou.

Durante cinco dias, os participantes mergulharam em fundamentos da criação teatral, exercícios de improvisação e experimentações cênicas. Segundo Andréa, trazer a experiência formativa para Santarém reforça a importância da descentralização cultural:
“Quanto mais distante das capitais, mais difícil é o acesso à formação. Mas o que impressiona em Santarém é a força criativa do teatro local. Todas as vezes que venho, saio muito alimentada, porque encontro trocas horizontais, verdadeiras parcerias de criação. Essa oficina se soma ao esforço do festival em valorizar e dar visibilidade à produção amazônica”, destacou.

Para Elder Aguiar, a atividade cumpre um papel essencial: “Queremos oferecer aos artistas da cidade a chance de se preparar e experimentar. Oficinas como essa podem abrir caminhos para que, no futuro, esses artistas estejam nos palcos do Festival Solos e de outras mostras, levando a cena santarena para além da região”.
A vivência resultou em uma abertura de processo, que será realizada nesta terça-feira, 26, antes do encerramento do evento. O objetivo é compartilhar com o público os percursos investigativos da oficina, sem a pretensão de apresentar um espetáculo pronto, mas como registro vivo da criação artística.
Com iniciativas como essa, o Festival Solos reafirma sua missão de ser mais do que uma vitrine de espetáculos: é também um espaço de fomento, troca e fortalecimento da cena teatral amazônica, impulsionando tanto artistas já atuantes quanto novas gerações.


Serviço
O Festival Solos do Pará conta com o patrocínio do Banpará e Banco da Amazônia, e apoio da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Secretaria Municipal de Cultura de Santarém, Innov, Barrudada Tropical Hotel, Tapajós Cervejaria e Grupo de Teatro Iurupari.
Assessoria de Imprensa: Natashia Santana – Jornalista
Foto: Junior Aguiar – Fotográfo
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